"TUDO EM NÓS DEVE FALAR DA EUCARISTIA"
Setenta anos Desde a fundação da 1ª COMUNIDADE
DAS IRMÃS DOMINICANAS DA BEATA IMELDA
"TUDO EM NÓS DEVE FALAR DA EUCARISTIA"
Chamadas a ser Eucaristia contínua, encarnando em pensamentos, palavras e ações o amor ardente a Jesus Eucarístico, queremos, com ela, transformar nossa ação, para que o mundo seja transformado. Este é o elo que nos une e faz de nós uma família, na Igreja, com espiritualidade própria: aprovada pela mesma Igreja.
A Congregação finca suas raízes na espiritualidade Eucarística de Pe. Giocondo, que colocou a Eucaristia no coração de cada iniciativa apostólica: Jesus Eucarístico, princípio e fim; Sacramento do amor; fonte do amor pessoal e vínculo de união – base da comunidade.
A Congregação nasceu aos pés do Tabernáculo. A Missa celebrada e vivida, a comunhão, a adoração são fontes profundas de união e nos ajudam a ser como Jesus – uma hóstia viva de amor ao Pai e aos irmãos. Contemplativas e ativas. Mulheres de fé profunda, comprometidas com o povo, para a transformação do mundo numa grande Eucaristia que seja a celebração da justiça e igualdade entre todos. "A sua branca família deveria caminhar no meio do mundo como sinal eficaz de Jesus vivo no Tabernáculo" (Paulo Risso: UM APÓSTOLO DO NOSSO SÉCULO – pag. 198)
Assim sob o impulso do amor, buscamos transformar nossa ação em chamas eucarísticas. Para que isto aconteça nosso fundador nos desafia a viver as virtudes eucarísticas. "Jesus escondido sob os véus do pão, véus eucarísticos, transforma-se em nosso alimento. Não conhecemos o crucifixo? Não adoramos a Eucaristia? É o amor que se oferece a nós, para ter-nos em seus braços, e transformar-nos n'Ele". (Domenica Roberti – Elevazione sulla Caritá – pag. 102)
Maria nossa Mãe é nosso modelo de vida eucaristia, desde Belém até o Cenáculo. Junto com Ela a pequena mártir do amor a Jesus Eucaristia, a Beata Imelda Lambertini vem nos dizer que o amor não tem fim. E também S. Domingos, o grande Pai comum, um apaixonado pela Eucaristia que aprendeu junto ao Sacrário e ao Crucifixo, como ser apóstolo.
Pe. Giocondo Pio Lorgna nosso fundador nasceu em 27 de setembro de 1870, Popetto de Tresana (MS), na Itália, de uma família rica de fé. Aos 13 anos entrou no Seminário de Parma e com 19 anos na Ordem Dominicana, sendo ordenado sacerdote no ano de 1893. Por alguns anos ensina Teologia em Bolonha.
Do ano de 1901- 1905 realiza uma significativa experiência apostólica junto ao Santuário de Fontanellato (PR). Em seguida, contra sua inclinação pessoal é chamado a ser pároco em S. João e Paulo, em Veneza, onde permanece até à morte.
Cada etapa é para Pe. Lorgna ocasião de intenso crescimento no seu caminho vocacional de dominicano "douto e piedoso", de grande coração para com todos, mas especialmente para com os pequenos e pobres. Entre as virtudes Eucarísticas que praticou prima a caridade e a humildade, pois cada pessoa que encontramos é uma hóstia viva, onde mora Jesus e com todo respeito devemos amá-la.
A Eucaristia é assim, o centro de sua espiritualidade, dela tirava, como em uma fonte de água viva, energia e vida para todos. "Ele testemunha o primado da contemplação, da liturgia e proclama a centralidade do mistério Eucarístico: Jesus - sacrifício, Jesus – pão, Jesus vivo e verdadeiro no Tabernáculo". Aqui está a fonte de seu ser dominicano – sacerdote. Homem da Palavra, da oração e da caridade, coração ardente como o de S. Domingos; contempla e imita a Virgem do Rosário e vê na Beata Imelda um modelo puríssimo de amor à Eucaristia. Pe. Lorgna foi se transformando num apóstolo de vasto horizonte, que acolhe as necessidades de seu tempo e as enfrenta com os recursos da fé e do amor cristão.
Experimentou a amargura das incompreensões, os espinhos da contradição e a cruz: sinal de amor aos queridos de Deus. Aceitou tudo da sua paterna bondade, com uma admirável conformidade ao seu plano de amor. Aceitação que se manifestou em modo maravilhoso no último período de sua vida.
Em 1922 tem a glória de obter do Patriarca de Veneza a aprovação da nossa Congregação por ele fundada: as Irmãs Dominicanas da B. Imelda, que dão continuidade ao seu carisma: Amar Jesus Eucarístico e fazer com que Ele seja amado.
A morte precedida por meses de intensas dores, sofrida com exemplar e comovente resignação, descortinou para ele a suspirada Pátria Celeste às vésperas da festa de S. João de Colônia, dia 8 de julho de 1928. “... a sua memória seja-nos fonte de benção". (Mons. Giovanni Urbani)
Pe. Giocondo foi verdadeiramente um homem de fé, de vastos horizontes, quase sem limites, que sabia acolher as necessidades do momento e enfrentá-las. Foi homem de coração ardente como S. Domingos, animado por um ilimitado amor a Jesus Eucaristia e para com o próximo. "Sua vida foi Cristo velado na Eucaristia!". (Seminário de carisma sobre o Fundador, realizado em 1981)
Cada pessoa é uma resposta original, única ao amor do Pai. Podemos assim dizer que o Santo, aquele que viveu bem é uma parábola do Amor de Deus. Assim foi Giocondo e, por isso, falamos dele. De origem simples, natureza delicada e emotiva, viveu um intenso amor como resposta ao Projeto de Deus. Amor que desde pequeno se manifestou com suas duas faces: amor ao próximo e amor a Deus, tendo como fonte e modelo: Jesus em sua vida Eucarística.
A Eucaristia porto de sua existência foi a meta de seus desejos, o conforto nos seus sofrimentos, a luz de seu caminho, a força que o impulsionava a uma doação sempre mais generosa às pessoas que procuravam a Deus. Foi a Eucaristia que norteou toda a sua vida de seminarista, noviço, frade pregador, fundador e pároco.
SUA VIDA FOI CRISTO VELADO NA EUCARISTIA!
(Mons. Giovanni Urbani)
Ir. Cecilia de Conti